Esse post será estranho e uma mistura.

    RACIOCÍNIO

    Recentemente me deparei com esse raciocínio, meus caros, nossas células têm por volta de 3,2 bilhões de nucleotídeos que, ao se dividirem na espermatogênese, são permutados com seus pares de forma aleatória, ou seja, cada espermatozoide é diferente, mesmo que pouco. O espermatozoides, além de serem todos diferentes, combinam-se com o genoma feminino...

    A mulher ovula em geral um óvulo por mês, cada óvulo é diferente. Isso me fez pensar, para eu existir, muitos requisitos deveriam ser cumpridos:

• Engravidar em um mês específico ao longo de toda sua vida fértil(12-45 anos), por volta de 396 meses. Probabilidade: 1/396;
  
• Um homem produz entre 20 à 300 milhões de espermatozoides. Para facilitar, coloquemos 100 milhões. Probabilidade: 1/100.000.000 (considerando que em cada ejaculada sejam os mesmos 300 milhões). Mesmo que um homem produza 2 ou mais espermatozoides iguais, é necessário que engravide no mês específico.
• Meu espermatozoide deveria estar em condições suficientes para alcançar o óvulo. Qualquer erro morfológico no acrossomo ou na cauda e BUM, Knight não estaria aqui.
  
• Meus pais deveriam ter se encontrado naquele dia específico.
• Meus avós maternos e paternos deveriam ter se mudado de sua cidade natal.
• Foi necessário que as tarefas do dia a dia acontecessem de certa maneira e tomassem certo tempo específico, senão, meu espermatozoide poderia estar em outra posição, de desvantagem ou vantagem.
• Para não me delongar, foi necessário que isso tudo acontecesse com meus pais, avós, bisavós....

    Isso me leva a seguinte conclusão: eu só posso existir se for nesse mundo, nessas condições e nesses exatos contextos. Minha existência está completamente atrelada à existência desse mundo da forma como é. O mesmo para vocês, amigos. Sei que soa prepotente, como se nós estivéssemos na posição de Deus ou algo assim. É claro, se Deus quisesse me criar em outra situação, ele simplesmente o faria. Só que o mundo criado por Deus funciona de uma certa maneira, como um relógio, e nessas engrenagens todas, nós nos encaixamos em um lugar específico, como consequência da própria criação de Deus. Assim, meus caros, chego no raciocínio final de que tanto eu como minhas dificuldades e problemas existem juntos, o ambiente social/econômico no qual existo também. De certa forma, dá uma obrigação de superar as dificuldades. O que acham?

FINANÇAS

Não é uma crítica/xingamento a nenhum amigo de confraria.

    Muitos devem ter percebido que não posto meus ganhos/perdas mensalmente como os meus colegas de confraria. Talvez isso seja um motivo da perda de engajamento, no entanto há um motivo.

    A maioria dos que leem blogs de desenvolvimento/finanças e dos que escrevem o fazem por terem se inspirado no Pobretão, do falecido vida ruim de pobre. Eu mesmo li o blog dele, me ajudou a amadurecer em vários aspectos da minha vida, realmente era excepcional, todavia, eu tenho uma discordância com uma das principais ideias do nosso querido chavão: aportar como um louco, mesmo que seja necessário viver de modo paupérrimo, até atingir 1 milhão e aproveitar a vida. Meus pontos discordantes:

• 1 milhão hoje já não vale o que valia na época do Pobreta, os 10 mil que renderia ao mês já não garantem a mesma qualidade de vida.
• Aportar bastante por mês é impossível se a pessoa não tiver uma carreira. Muitos jovens se concentram exclusivamente nos investimentos, gastam horas analisando mercado, o que vira quase um vício, gera ansiosidade, aumento de cortisol, preocupação constante, pra não dizer desespero quando um preço despenca.
• O modo frugal de vida, defendido pelo chavão, para aportar o máximo pode até acarretar uma diferença quantificável no resultado dos investimentos a longo prazo, porém, acarreta em uma diferença homérica na qualidade de vida ao longo de décadas. Viver igual um fudido(desculpem o palavão) por 30-35 anos, aportando dinheiro do café, da pasta de dente, sem hobby, quase como um robô, não me parece um estilo de vida atraente. Fora a chance de morrer, sei que o pobreta fez um post sobre, analisando a probabilidade de morte. Ele acertou, é muito improvável qualquer um aqui, eu e vocês leitores, de morrer esse ano. Mas ele cometeu um erro, a probabilidade, com o passar do tempo aumenta, as chances não são as mesmas sempre. Uma pessoa que vive um estilo de vida paupérrimo(mesmo que induzido) se alimenta mal, exercita mal e não é desonesto dizer que tem maiores chances de desenvolver depressão... Bom, a chance de morrer antes de alcançar a IF é alta.
• Essas décadas correndo atrás da IF não voltam, perde-se a juventude, as oportunidades oferecidas pela vida para se curtir na velhice. Mas que velho tem a mesma disposição de um jovem de 30? Mesmo que tivesse, a falta de traquejo e contato atrapalham essa reentrada na sociedade. Um velho pagando de adolescente é extremamente ridículo. Pense na vida como um jogo(mas não faça isso sempre, a analogia muitas vezes é falha), cada fase possui missões e oportunidades que só podem ser realizadas nela. Por exemplo, alguém que nunca "namorou" na juventude, além de provavelmente ser um banana com mulheres na vida adulta, nunca experienciará esse amor "inocente", o que, ao contrário do que muitos dirão no meio redpill, é muito gostoso, tem seu valor e merece ser vivenciado. Da mesma forma, não devemos pular etapas na nossa vida adulta. A vida é como uma música, com movimentos que compõem um todo, não uma corrida onde só o que importa é o final. Ninguém aqui é criança, suponho que você seja capaz de notar que não estou dizendo para ser hedonista e não se preocupar com o futuro, não me aborreça. 

        Bom, dito isso, posso explicar o porque não atualizo meus ganhos/perdas: eu mesmo não sei o que está rolando.

        "Knight, seu louco homem, como assim ??"

        

        Meu caro, deixe-me explicar: peguei meu dinheiro, investi em crypto, não olho os resultados, sei nem quanto bitcoin vale. Inclusive nem sei quais moedas tenho, um parente confiável investiu pra mim. Embora ache relevante eu mesmo escolher as moedas, pretendo fazer isso essa semana. 

        "Você é muito burro, cara, vai se fuder desse jeito, nunca chegará à IF!"

        Lembra do que disse lá em cima? A melhor forma de alcançar a IF não é aportando como louco o pouco que tem, é conquistando uma boa renda e aportando a partir daí. Muitas pessoas dos blogs financeiros focam apenas nesse aspecto, mas de que adianta investir se recebe 1 salário por mês? Só alcançará a IF depois de morto. Bem mais válido comprar curso que te aumentará a renda, mesmo que 200-300 reais, e investir esse extra.

        Sou favor da ideia de buy and hold, pois crypto é o futuro, mesmo que caia, subirá.

        É claro que se sobrar uma grana, devemos SIM investi-la, mas não bitole com isso. Não é o principal agora. Assim, deixo meu dinheiro investido, não olho e durmo tranquilo. Essa etapa que muitos de nós estamos(20-30anos) é o momento de focar na nossa educação, aproveitar a capacidade de aprendizagem e adentrar um mercado que pague bem(medicina, programação...) ou concursos.

        Pretendo analisar os mercados(tenho conhecidos em várias áreas), comentar sobre métodos de estudo, cursos, vestibulares, o que é necessário desenvolver para conquistar seu espaço... vocês entenderam. Farei isso na base da tentativa e erro pois eu mesmo estou no começo dessa caminhada. 

No meu blog, finanças=carreira.

CORPO

     Continuo na academia, acrescentei cárdio(300 calorias de esteira por dia). Um primo me disse uma informação interessante, disse que preciso focar em deltoides, ou seja, no meu ponto fraco. Ele está certo, estamos no nível das nossas fraquezas. O que deixa meu shape feio é a falta de deltoides. Modificarei minhas séries, atualizo para vocês depois.

       Tenho ganhado mais força e capacidade pulmonar, o que melhora minha qualidade de vida enormemente. Se acharem interessante, posto fotos do meu corpo, como meu amigo Sirius fez.

        Os projetos de calistenia estão parados, ganhei boas repetições de barra e flexão. Não dá pra focar em calistenia e academia ao mesmo tempo, não na mesma intensidade

INTELECTUAL

       Ainda lendo o livro de linguagem corporal, é excepcional, abriu meus olhos para coisas simples que passam despercebidas. Tenho jogado xadrez constantemente, talvez umas 7-8 partidas por dia.

       Fora isso, esse meu primo me ajudou a entender o amplificador, consigo timbrar na guitarra BEM melhor, me animou em voltar a tocar.

  

PROJETO 30 DIAS

      Extremamente difícil, não me conheço bem o suficiente para sair do primeiro dia, talvez se focar nele essa semana consiga algum avanço. Mas incentivo os leitores a darem uma olhada, é realmente bom.

Desculpem a demora e a postagem nonsense.

Música do dia

A obra do Raul é muito interessante, explorei esses dias. Fica a recomendação!

Curtinhas do Knight.

    Minha reação após perceber o possível golpe que caí

    Estava indo à academia, quando, de repente, um rapaz baixinho, voz pré-púbere, cabelo enrolado e curto, baixinho, típico sojado acima do peso, atravessa a rua para falar comigo. Não lembro o diálogo exato, ele mudava a forma de falar e o que falava de forma tão frenética e organizada que além de não entender a situação, deixava-me completamente aberto e amistoso, para não dizer manso. Pelo menos lembro a ordem com que certas partes aconteceram.

    Ele atravessa a rua para me abordar especificadamente(embora estivéssemos no centro e cheio de pessoas), o garoto mesmo disse isso em um dado momento, de uma forma diplomática.

    Se aproxima pelo meu lado direito.

    Inicia a conversa com uma pergunta que só tem sentido fazer caso conheça a pessoa. Não lembro o quê exatamente foi muito rápido, mas pense comigo, "Eae, cara, quanto tempo, não disse que ia comprar o doce?", faz algum sentido perguntar isso a um completo estranho? Eu tentei lembrar se o conhecia de algum lugar, o que me deixou com a cabeça distraída, imagino que ele tenha percebido minha confusão.

    Rapidamente, não me deu tempo para pensar, o rapaz mostra a caixa com dois doces faltando.

    Continuo sem entender a situação, ainda estava tentando reconhecê-lo e entender o que ele queria falar, se era algo pessoal ou o quê.

    "faltam só dois para eu ir pra casa", diz isso enquanto coloca uma expressão de pidão no rosto.

    Mexe nos doces e faz pequenos movimentos de entrega enquanto fala, como se pegasse para dar na minha mão. Vira a caixa para mostrar que está quase vazia.

    "Compra pra me ajudar, pra eu poder voltar pra casa"

    "Te vi do outro lado e sabia que você era a pessoa certa pra me ajudar, atravessei só pra falar contigo".

    Nessa hora a confusão tinha ido embora.
    "Olha, não tenho troco, apenas uma nota de 50(ia comprar shampoos)"

    "Não tem problema, eu troco", fala com aquela tom de voz como quem diz "não se preocupa, relaxa, isso não é problema".

    Embora eu soubesse que não o conhecia e que ele só queria vender os doces, a forma como ele falou e a confusão que gerou na minha cabeça me deixaram mais propenso a comprar. "Por que não levar, falta pouco pra ele ir para casa, coitado"...Levei dois doces de goiaba.

    "Muita saúde pra você e sua família", ele diz.
    Quando atravesso a rua, olho pra trás e vejo ele no banco. Uso óculos, porém tenho quase certeza de que vi ele colocando mais doces na caixa.

    Só que, independentemente de ter sido uma venda muito bem arquitetada ou não, aprendi lições valiosas nisso tudo.
    Primeiro: ele não me escolheu à toa, deviam ter facilmente umas 25 pessoas em um raio de 20 metros. Ele focou a venda do produto em um alvo que tinha mais chances de dar certo, no caso eu. Quando vou à academia, uso roupas largas e minhas costelas, por ainda serem protuberantes em certos pontos, dão a impressão de que tenho uma barriga, não raro eu ando com a cabeça baixa e ombros para frente. Óbvio, um trouxa como eu é muito mais propenso a comprar algo. 
    Lição aprendida: todo produto, por mais simples que seja, tem um alvo. Se não tem não vende. Aqui na minha cidade, tem uns moleques todos sujos, não aparentam tomar banho, que tentam vender bala sem focar em alguém específico, abordam os transeuntes sem exceção... o resultado é que ninguém os suporta.

    Segunda: linguagem corporal é extremamente importante, isso vocês já sabem. Se estivesse de cara fechada, cabeça erguida, ombros na posição correta, duvido que me pararia.




    Para resolver esse problema, estou lendo o livro "The definitive book of body language". Recomendo a todos, é muito interessante como gestos simples, cotidianos e que muitas vezes não prestamos atenção guardam significados profundos.

Música de hoje:

Descoberta recente

O layout do texto me parece confuso, me digam o que acham, qualquer coisa eu edito.
Fora isso, pretendo aderir ao horário da galera e postar aos domingos, preciso organizar isso aqui direito.

A metamorfose de Kafka e o espírito do fracassado.

 

Primeiramente, um resumo:

    Gregor Samsa é um caixeiro-viajante (um profissional que anda de porta em porta com o mostruário de produtos de uma empresa) que trabalhara, trabalha e trabalharia duramente por mais cinco anos para pagar as dívidas de seu pai desempregado e sustentar com mordomias toda sua família, como tem feito por anos.     

    Mas por que trabalharia? Bom... um certo dia, ele acorda e se dá conta de que algo está diferente. Ao invés de suas pernas estendidas na cama, pequenas e muitas pernas, como gravetos, esticadas ao ar movem-se loucamente. Seu corpo transfigurado em algo fusiforme, com carapaça, asas e antenas. Um inseto. Samsa pensa ser um sonho e tenta voltar a dormir, mas não consegue e aceita a situação. Qual seu primeiro pensamento após isso? tente adivinhar, meu caro, jogo do milhão.

1. "Como volto ao normal?"
2. "Qual será a reação da minha família?"
   
3. "Vou me atrasar para a escravidão emprego!"

    Se escolheu a opção 3 acabou de ganhar nada, mas acertou. Pouco tempo depois, sua família bate à porta cobrando perguntando o porquê dele não ter ido para o trabalho ainda. Talvez ele esteja doente. Não há espaço para conjecturas, o PRÓPRIO patrão aparece na casa cobrando por um atraso de 30 minutos, atraso de um funcionário de baixo escalão. Gregor extremamente preocupado com a situação consegue abrir a porta, assustando todos. Após isso, o livro se resume à família tentando se adaptar, leia-se "deixando ele num buraco fedido o dia todo". A única que tem um pingo de compaixão é a irmã, que leva lixo para Gregor comer.

    Quem não tem aquele primo, amigo que passa o dia inteiro sentado num computador, apertando teclas igual um hamster numa roda, que vive num quarto cheio de lenço, poeira, bagunça em todo lugar? Eu mesmo já fui essa pessoa. Talvez você que esteja lendo essa postagem seja Gregor, não se incomoda em ser tratado como menos, aliás, muitas vezes SE trata como menos. 
    Agora, você está pensando "Tá bom, Knight, seu canalha, para com essa masturbação mental de autoajuda, como eu saio dessa caralha?".
    Pense comigo, o que mantinha Gregor ali, no seu quarto? ele assustava todos, poderia facilmente fugir, mas tinha a falta de V-O-N-T-A-D-E, é isso que move o mundo, a vontade. Para despertá-la existem diversas formas, uma das melhores é analisar sua vida com total imparcialidade e frieza, ver a merda que você fez com ela: oportunidades perdidas, desperdício de tempo gigantesco com futilidades. Assim, paulatinamente, surge uma raiva, algo há muito dormente no seu âmago, que, aos poucos, te desperta a vontade. Isso aconteceu comigo e imagino que com a maioria das pessoas que buscam o desenvolvimento pessoal. 
    Não contei o final do livro propositalmente, ele é curto, leiam e vejam o que ocorre com um homem que perde a vontade, ou que nunca a teve.

    Portanto, aos colegas que deixaram o barco ultimamente, aos amigos leitores e a mim mesmo, que não sejamos como Gregor, não percamos a vontade, pois estaremos apenas desistindo de nós mesmos. 

Música de hoje

Esse post não finaliza o livro, recomendo que leiam o post do meu colega Sírius sobre a obra no blog dele, as postagens são complementares: https://bunkerdosirius.blogspot.com/2021/05/no-encalco-da-erudicao-2-patetico-ou.html